Nos últimos anos, temos assistido a um sentimento crescente de emergência em termos de infraestruturas. Nos países com economias mais desenvolvidas, a prioridade é recuperar e renovar as infraestruturas existentes. Nos países emergentes, a prioridade passa por construir as estruturas necessárias para suportar o crescimento, exigido numa economia global.
Há uma necessidade constante de investir em infraestruturas eficazes e modernas, que acompanhem e acelerem o desenvolvimento e o crescimento económico, ao mesmo tempo que estimulam o comércio mundial. No entanto, a recuperação da pandemia da COVID-19 evidenciou vulnerabilidades nas cadeias de abastecimento, e a invasão da Ucrânia tem sido um aviso severo quanto à dependência de fornecedores não fiáveis de combustíveis fósseis. Também um Verão de calor abrasador no Hemisfério Norte trouxe não só à discussão os efeitos das alterações climáticas, como também sobrecarregou os sistemas hídricos dos EUA e da Europa até ao ponto de ruptura.
Face a estas questões, os governos estão finalmente a levar a sério o investimento em infraestruturas.
Recentes Iniciativas governamentais que estimulam projectos em Infraestruturas
- US COVID Relief Bill
- US COVID Relief Bill
- U.S. Inflation Reduction Act
- EU Recovery and Resilience Plan
- EU Climate Law
- UK Government Energy White Paper
- Australia (NSW) Electricity Infrastructure Roadmap
- Japan – Net Zero Carbon 2050
- China – Net Zero Carbon 2060
Infrastructure investment at current trends and need
Fonte: World Economic Forum e Global Infrastructure Hub.
Com efeito, o governo norte-americano assinou a Lei de Redução da Inflação dos EUA (U.S. Inflation Reduction Act - USIRA) em 16 de Agosto deste ano.
A USIRA aloca quase 350 mil milhões de dólares de despesas à tecnologia de redução de emissões e energia carbono-zero. Segundo os analistas, estima-se que irá permitir reduzir as emissões anuais dos EUA em mil milhões de toneladas métricas até 2030, e dará aos EUA autoridade renovada para liderar as emissões net-zero nas cimeiras do G20 e COP27 deste ano.
Assim, ao acrescentar 950 milhões de painéis solares, 120.000 turbinas eólicas e 2.300 instalações de sistemas de baterias à rede energética da América, representa uma grande oportunidade de investimento em infraestruturas no valor de 1,2 triliões de dólares em energias renováveis até 2035, segundo a consultoria de energia Wood Mackenzie.
Os compromissos de despesa da USIRA são enormes, mas muitos analistas consideram a sua reforma dos Créditos Fiscais de Investimento (ITC) ainda mais significativa.
Actualmente, qualificar-se para os ITC significa poder demonstrar que investe numa tecnologia de uma pequena lista de energias renováveis, ou que o investimento está directamente ligado a um projecto de implementação de uma dessas tecnologias.
A partir de 2025, a USIRA introduz ITC neutras do ponto de vista tecnológico - tudo o que é necessário demonstrar é que o projecto gera zero emissões, potenciando assim tornar milhares de milhões de dólares de oportunidades de investimento em infraestruturas renováveis economicamente atractivas pela primeira vez. Os analistas projectam que a USIRA ajudará a aumentar a capacidade de armazenamento de baterias em cinco ou seis vezes durante os próximos cinco anos.
Adicionalmente, assistimos a desenvolvimentos semelhantes em todas as partes do mundo.
Recentemente a União Europeia lançou metas mais ambiciosas através da sua iniciativa “Fit for 55”, que visa incentivar uma redução mais rápida dos gases de efeito de estufa, apontando para um corte de 55% de emissões de CO2 até 2030. Para alcançar estes objectivos serão necessários investimentos em massa para desenvolver, financiar, construir e gerir novas infraestruturas. Estes valores atingirão a ordem dos triliões de euros durante a presente década. Só na Europa, o projecto “Fit for 55” tem 700 biliões de euros anuais destinados para novas infraestruturas com o intuito de acelerar esta transição. Na Austrália, o governo trabalhista está a aprovar nova legislação climática que visa uma redução de 43% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e incentiva uma mudança nos recursos da indústria extractiva dos combustíveis fósseis para os metais e minerais críticos para a transição com baixo teor de carbono.
Fonte: Council of the European Union
Porquê infraestruturas?
Os activos de infraestruturas fornecem serviços essenciais à sociedade, tais como serviços públicos, aeroportos, estradas com portagem, armazenamento, centros de dados, etc. Investindo em infraestruturas, é possível beneficiar das suas características defensivas:
- Grandes barreiras à entrada: as empresas de infraestrutura são tipicamente monopolistas, permitindo um ambiente de mercado duradouro para a empresa a operar;
- Procura consistente: a classe de activos oferece cash-flows resilientes e não-cíclicos e beneficia de tendência secular de aumento de gastos em infraestruturas a nível global;
- Fluxo de receitas definido e previsível: cash-flows são apoiados em contratos de longa duração e o crescimento da receita está indexado à inflação, que funciona como cobertura de inflação e aumento de taxas de juro.
Além das características defensivas, a classe de activos tem tido um desempenho historicamente superior durante períodos de inflação acima da média.
Desempenho relativo médio anual das Infraestruturas vs Acções Globais durante vários regimes de inflação
Fonte: .CBRE Investments Management, U.S. CPI, UBS Global Infrastructure & Utilities linked to FTSE Global al Core Infrastructure 50/50 Index, MSCI World Index as of 30.09.2021. Trailing 20-years based on average monthly total returns during inflation regimes, annualized. Inflation Regimes calculated using the year-on-year change in the U.S. CPIM normalizing its history using a Z-score, and tracking the 3-month moving average of that z-core. The inflation Regime is determined by both the level and the change in the indicator, requiring two months in the same cycle in order to confirm a new regime. Information is the opinion of CBRE Investment Management, which is subject to change and is not intended to be a forecast of future events, a guarantee of future results, or investments advice. Forecasts and any factors discussed are not a guarantee of future results.
Igualmente, as Infraestruturas protegem mais em períodos de queda (downside protection) e têm um desempenho relativo superior quando a volatilidade do mercado de acções aumenta.
Economic cycle position in entering a favorable period for infrastructure stocks
Global Infrastructure performs best when the Conference Board's Leading Economic Index (LEI) is moderanting
Fonte: .Global Infrastructure universe is represented by CBRE Investments Management *The US Economic Cycle Indicator is calculated using the year-on-year change in the Conference Board's Leading Economic Index (LEI), normalizing its history using a z-score, and tracking the 3-month moving average of that z-score. The Economic Cycle is determined by both the level and the change in the indicator, requiring two months in the same cycle in order to confirm a new cycle. Source: CBRE Investments Management, Conference Board Leading Economic Index (LEI), UBS GLOBAL Infrastructure & Utilities linked to FTSE Global Core Infrastructure 50/50 Index, MSCI World Index as of 30.09.2021. Information is the opinion of CBRE Investment Management, which is subject to change and is not intended to be a guarantee of future results or investment advice. Forecasts are not indicative of future investment performance.
Beneficie desta ideia, numa altura em que a melhoria das infraestruturas potencia a qualidade de vida de todos e garante um efeito de atracção de novos investimentos para os países, investindo nos produtos:
Invest Trend Infraestruturas
Fundo DWS Invest Global Infrastructure
Fundo Nordea Global Listed Infrastructure
ETF iShares Global Infrastructure
ETF Amundi Global Infrastructure
ETF SPDR S&P Global Infrastructure
Redigido por:
Raul Póvoa
19 de Setembro de 2022