Os bancos centrais deparam-se com um dilema: por um lado, a inflação permanece muito acima do objectivo dos 2% e, por outro, a forte subida das taxas de juro ameaça comprometer a estabilidade dos sistemas financeiros e bancários.
Para já, os problemas parecem confinados aos bancos em causa, o Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank nos Estados Unidos e o Credit Suisse na Europa, sem aparente risco de contágio. Os bancos em causa foram, tudo indica, sobretudo vítimas de uma gestão inapropriada dos respectivos balanços (mismatch entre activos e passivos) e de falhas de governance e não exactamente de problemas nas carteiras de crédito, os quais poderiam ser extrapolados aos restantes bancos.
A reacção e a turbulência nos mercados verificada nos dias seguintes às notícias do colapso do SVB, com a queda das cotações das acções e subida dos spreads de crédito dos bancos, levaram a alterações significativas nas expectativas para as taxas de juro por parte dos investidores.