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HORIZONTE TEMPORAL

Na definição da estratégia de investimento, a identificação do horizonte temporal mais adequado aos objectivos definidos, reveste-se de extrema importância. Com efeito, o período ao longo do qual se espera deter um determinado investimento deverá condicionar a alocação de activos, no âmbito de uma estratégia de investimento diversificada.

Tudo o resto constante, quanto maior for o horizonte temporal planeado, maior poderá ser o peso dos activos com risco, sem comprometer os objectivos traçados. Esta realidade, largamente explorada na literatura financeira, tende, no entanto, a ser esquecida, sobretudo, em períodos de turbulência nos mercados financeiros. De facto, nestas alturas, os investidores tendem a sobrepor a emoção à razão, tomando decisões que mais tarde se revelam precipitadas, como por exemplo, "sair do mercado".

Para melhor ilustrar a relação do horizonte temporal de investimento e o risco de perda de capital, considere-se o exemplo de um investidor com um perfil de risco médio/baixo, cuja carteira é composta por acções (40%) e obrigações (60%)3. Conforme se verifica pelo gráfico abaixo, a incerteza em torno da rendibilidade esperada para a carteira, vai diminuindo à medida que o horizonte temporal do investimento aumenta.


Gráfico Rendibilidade Esperada


3. Considerando as rendibilidades e correlações históricas, nos últimos trinta e quatro anos e em euros (Jan-90 a Dez-23), dos índices MSCI Daily TR Net World Equity e Barclays Capital Global Aggregate Bond Index.

A rendibilidade anual mínima vai convergindo para a média esperada, subindo de -10%, no primeiro ano, para +0,5% no terceiro ano. Ou seja, neste caso, o horizonte temporal recomendado para este investidor, ponderando o risco da carteira, seria cerca de três anos. Para um investidor mais agressivo, com 70% de acções em carteira, este horizonte passa para sensivelmente quatro anos.

RISCO DE ENTRADA

Numa óptica de médio-longo prazo, o investimento numa carteira diversificada reduz significativamente a probabilidade de perda de capital, diluindo o efeito dos ciclos económicos menos favoráveis e do risco específico dos títulos detidos.

O timing de entrada no mercado, embora importante, não é determinante no desempenho da carteira de investimento. Com efeito, analisando a distribuição das rendibilidades obtidas em períodos de doze meses, nos últimos trinta e quatro anos, pelo investidor do exemplo anterior (carteira constituída por 40% de acções e 60% de obrigações), constata-se que, num total de 397 observações, em apenas 7,0% das ocasiões este investidor teria registado perdas superiores a 10%. Também interessante é a assimetria das taxas de rendibilidade obtidas em períodos de doze meses - a média das observações negativas é cerca de 56% das positivas: -6,7% contra 12,0% nos casos positivos. A média do total das observações é 7,3%.


Rendibilidade nos primeiros 12 meses


Ou seja, a história ensina-nos que rendibilidades significativamente negativas no primeiro ano de investimento são excepções (cerca de 2,0% para perdas superiores a 15%), donde se poder afirmar que, numa óptica de investimento (diversificado) a médio prazo, um mau timing de entrada não determina necessariamente a rendibilidade potencial da carteira, num prazo de investimento ajustado ao risco assumido.

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