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Condução AutónomaPorquê investir?07-07-2023  11:43
  • investimento


O sonho de vermos veículos sem condutor a transportar-nos ao nosso destino de forma eficiente captou a imaginação do comum consumidor e continua a alimentar milhares de milhões de dólares em investimentos. O facto é que para muitas pessoas, ter e utilizar um carro convencional, especialmente num ambiente urbano, é uma real dor de cabeça: os custos iniciais, seguro, reparações, taxas de estacionamento, multas por infrações, entre outras. Os veículos autónomos (VA) poderão ver atenuados alguns destes problemas. Apesar dos mais recentes contratempos, que adiaram os prazos de lançamento de VA e o consequente tardar da adopção por parte do consumidor, continua a existir o quórum de que a condução autónoma (CA) tem guardado um enorme potencial, não só de transformar radicalmente os transportes, como também o comportamento dos consumidores e a sociedade em geral.

Coloca-se, primeiramente, uma questão fulcral: como se define então um veículo autónomo? Segundo a Synopsys, fornecedor de software de automatização da conceção eletrónica (EDA), define-se como um veículo capaz de detectar o seu ambiente em redor e funcionar com diferentes níveis de autonomia. Pode ir a qualquer lugar, à semelhança do veículo tradicional e fazer tudo o que um condutor humano experiente faz. Segundo a Society of Automotive Engineers (SAE), existem seis níveis de autonomia (Figura 1):

  • NÍVEL 0 - São de nível zero a maioria dos veículos que circulam actualmente na estrada. O condutor fornece a "tarefa de condução dinâmica", embora possam existir sistemas que auxiliem o condutor;
  • NÍVEL 1 - Neste nível, o veículo dispõe de um único sistema automatizado de assistência ao condutor, como a direção ou o controlo da velocidade cruzeiro (o condutor monitoriza a direcção e a travagem);
  • NÍVEL 2 - Definido como advanced driver assistance systems ou ADAS, o veículo pode controlar a direcção, aceleração ou desaceleração. Porém, ainda está longe da condução autónoma, uma vez que o condutor pode assumir o controlo do automóvel a qualquer altura. Alguns exemplos de nível dois são o Tesla Autopilot e Cadillac Super Cruise;
  • NÍVEL 3 - A diferença entre o nível dois e três é substancial do ponto de vista tecnológico, porém ínfimo do ponto de vista do condutor. Este nível, nos veículos, acarreta capacidades de "detecção do ambiente" bem como decisões próprias informadas. Por outro lado, mantém-se a necessidade de controlo por parte do condutor, caso seja necessário. Neste nível, os veículos incorporam, por exemplo, a tecnologia LiDAR que contem uma avançada fusão de sensores e poder de processamento;
  • NÍVEL 4 - Estes veículos não requerem a interação do condutor, na maioria das situações. Neste nível, os veículos podem funcionar em modo de condução autónoma, mas até que a legislação e as infraestruturas evoluam, só o podem fazer numa área limitada (i.e. geofencing);
  • NÍVEL 5 - Os veículos de nível 5 não requerem a atenção humana, nem sequer terão volantes ou pedais de aceleração ou desaceleração, nem mesmo delimitação geográfica. Estes veículos encontram-se, neste momento, a serem testados em várias partes do globo não estando porém, ainda disponíveis para o consumidor em geral.

Figura 1 – Níveis de autonomia de condução segundo a SAE

Fonte: Society of Automotive Engineers (SAE), Synopsys



A condução autónoma (CA) pode vir a revolucionar a experiência de mobilidade, tornando-a mais segura, mais cómoda e mais agradável. São inúmeras as vantagens sendo a segurança identificada como a mais relevante. De acordo com a ICDP, organização internacional de investigação e consultoria especializada na venda a retalho e pós-venda de automóveis, numa análise sobre a Europa, a crescente adopção de Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (SAAC) poderá reduzir o número de acidentes em cerca de 15% até 2030. A condução autónoma trará significativas mais-valias económicas à indústria automóvel.

Actualmente, a maioria dos veículos inclui funcionalidades SAAC básicas, mas a generalidade acabará por atingir o nível quatro. De acordo com a McKinsey, a crescente procura de sistemas de CA, com níveis mais elevados, poderá gerar milhares de milhões de dólares em receitas. Com base no interesse dos consumidores nas funcionalidades de CA e nas soluções comerciais actualmente disponíveis no mercado, os SAAC e CA terão um valor de mercado, de acordo com o Statista, de cerca de 2,2 triliões de dólares em 2030 (Figura 2). Já a McKinsey prevê que os SAAC e CA poderão gerar entre 300 mil milhões e 400 mil milhões de dólares em receitas no mercado dos veículos de passageiros até 2035 (Figura 3).



Figura 2 – Total valor de mercado mundial de veículos autónomos entre 2021 e 2023 com previsões até 2030


Fonte: Statista, Next Move Strategy Consulting



Figura 3 – Previsão de vendas de Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (SAAS) e Condução Autónoma (CA) até 2035, em mil milhões de dólares


Fonte: McKinsey & Co.



Ainda de acordo com a McKinsey, no que aos fornecedores diz respeito, estes terão de articular a sua vantagem competitiva, proposta de valor, estratégias (uma abordagem orientada é a que gerará retornos mais elevados) e ter acesso a uma grande quantidade de dados, de frotas, de forma a treinar algoritmos que permitam atingir baixas taxas de mau funcionamento. O valor total de mercado de componentes de CA para veículos de passageiros poderá atingir até 2030 entre 55 mil milhões a 80 mil milhões de dólares (Figura 4).



Figura 4 – Decomposição do valor de mercado por tipo de hardware de condução autónoma, em mil milhões de dólares


Fonte: McKinsey & Co.



De acordo com um questionário realizado em 2021, a McKinsey apurou que cerca de 25% dos inquiridos afirmou ser muito provável escolher um veículo de nível quatro ao comprar o seu próximo veículo. Os sistemas de nível três e nível quatro para condução em autoestradas (i.e. vias amplas, bem sinalizadas) estarão, provavelmente, disponíveis primeiramente no segmento de veículos particulares de passageiros no ano de 2025 na Europa e América do Norte. Porém, os elevados custos iniciais de desenvolvimento de sistemas que incorporem estes níveis, sugerem que estas empresas limitar-se-ão, em primeira instância, ao comércio para o segmento de veículos de luxo. Custos adicionais de licenciamento de hardware e software para estes níveis, podem atingir mais de 5.000 dólares na fase inicial de lançamento.
Tendo em conta importantes marcos ainda por atingir, tais como maturidade tecnológica, regulamentação favorável, menor custo da tecnologia e hardware, avanços significativos no registo das marcas de veículos com o nível quatro e maior aceitação do consumidor, a Bain & Co., consultora americana, prevê que os custos serão reduzidos em cerca de 85% até 2030, quase total aceitação do consumidor em 2026 e que os veículos autónomos começarão a ganhar efectivo momentum em 2028, como mostra a Figura 5.



Figura 5 – Tempo necessário para se atingir cada um dos cinco marcos


Fonte: Bain & Co., IHS Markit, European Federation for Transport and Environment



À medida que a tecnologia evolui é de esperar uma transformação muito significativa na forma como nos deslocamos, viajamos e transportamos mercadorias. Ultrapassadas algumas das mais evidentes limitações, como o comportamento humano imprevisível nas estradas, o custo da integração da tecnologia nos veículos é ainda muito elevado, riscos de cibersegurança e as actuais infraestruturas não estão concebidas para acomodar veículos autónomos, o futuro parece muito risonho para a condução autónoma.



Como investir?

Invista nesta tendência através das seguintes alternativas selecionadas:


Invest Tendências Globais
Trend Megatendências
Trend Inteligência Artificial
Trend Segurança




Redigido por:
Gonçalo Ormonde
Invest Gestão de Activos
2023

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    [us]Bolsas norte-americanas encerram mais cedo pelas 18h00 devido ao feriado "Dia da Independência"
    [mundo]Índice PMI Serviços (Jun): Japão (01h30), China (02h45), Espanha (08h15), Itália (08h45), França (08h50), Alemanha (08h55), Zona Euro (09h00), Reino Unido (09h30) e EUA (14h45)
    [eu]10h00: Índice de Preços ao Produtor (Mai)
    [us]12h00: Discurso de Williams, membro da Fed
    [us]13h15: Emprego ADP (Jun)
    [us]13h30: Balança Comercial (Mai)
    [us]13h30: Pedidos Semanais de Desemprego 
    [us]15h00: Encomendas às Fábricas (Mai)
    [us]15h50: Índice ISM (Jun)
    [us]15h00: Encomendas de Bens Duradouros (Mai)
    [us]15h30: Inventários Semanais de Crude  
    [us]19h00: Minutas da reunião da Reserva Federal 
    [eu]Discursos de vários membros do BCE: Guindos (09h00), Cipollone (10h00), Lane (11h30) e Lagarde (15h15)
     
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    [us]Bolsas norte-americanas encerradas devido ao feriado do "Dia da Independência"
    [de]07h00: Encomendas às Fábricas (Mai)
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    [uk]09h00: Vendas de Carros Novos (Jun)
    [uk]09h30: Índice PMI Construção (Jun)
    [eu]12h30: Minutas da reunião do Banco Central Europeu
     
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    [de]07h00: Produção Industrial (Mai)
    [fr]07h45: Produção Industrial (Mai)
    [fr]07h45: Balança Comercial (Mai)
    [es]08h00: Produção Industrial (Mai)
    [it]09h00: Vendas a Retalho (Mai)
    [eu]10h00: Vendas a Retalho (Mai)
    [us]10h40: Discurso de Williams, membro da Fed
    [us]13h30: Taxa de Desemprego (Jun)
    [us]13h30: Criação de Emprego Não-Agrícola (Jun)
     
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Condução Autónoma

jul 7, 2023, 11:43 by DSI Rita Neves
Porquê investir?


O sonho de vermos veículos sem condutor a transportar-nos ao nosso destino de forma eficiente captou a imaginação do comum consumidor e continua a alimentar milhares de milhões de dólares em investimentos. O facto é que para muitas pessoas, ter e utilizar um carro convencional, especialmente num ambiente urbano, é uma real dor de cabeça: os custos iniciais, seguro, reparações, taxas de estacionamento, multas por infrações, entre outras. Os veículos autónomos (VA) poderão ver atenuados alguns destes problemas. Apesar dos mais recentes contratempos, que adiaram os prazos de lançamento de VA e o consequente tardar da adopção por parte do consumidor, continua a existir o quórum de que a condução autónoma (CA) tem guardado um enorme potencial, não só de transformar radicalmente os transportes, como também o comportamento dos consumidores e a sociedade em geral.

Coloca-se, primeiramente, uma questão fulcral: como se define então um veículo autónomo? Segundo a Synopsys, fornecedor de software de automatização da conceção eletrónica (EDA), define-se como um veículo capaz de detectar o seu ambiente em redor e funcionar com diferentes níveis de autonomia. Pode ir a qualquer lugar, à semelhança do veículo tradicional e fazer tudo o que um condutor humano experiente faz. Segundo a Society of Automotive Engineers (SAE), existem seis níveis de autonomia (Figura 1):

  • NÍVEL 0 - São de nível zero a maioria dos veículos que circulam actualmente na estrada. O condutor fornece a "tarefa de condução dinâmica", embora possam existir sistemas que auxiliem o condutor;
  • NÍVEL 1 - Neste nível, o veículo dispõe de um único sistema automatizado de assistência ao condutor, como a direção ou o controlo da velocidade cruzeiro (o condutor monitoriza a direcção e a travagem);
  • NÍVEL 2 - Definido como advanced driver assistance systems ou ADAS, o veículo pode controlar a direcção, aceleração ou desaceleração. Porém, ainda está longe da condução autónoma, uma vez que o condutor pode assumir o controlo do automóvel a qualquer altura. Alguns exemplos de nível dois são o Tesla Autopilot e Cadillac Super Cruise;
  • NÍVEL 3 - A diferença entre o nível dois e três é substancial do ponto de vista tecnológico, porém ínfimo do ponto de vista do condutor. Este nível, nos veículos, acarreta capacidades de "detecção do ambiente" bem como decisões próprias informadas. Por outro lado, mantém-se a necessidade de controlo por parte do condutor, caso seja necessário. Neste nível, os veículos incorporam, por exemplo, a tecnologia LiDAR que contem uma avançada fusão de sensores e poder de processamento;
  • NÍVEL 4 - Estes veículos não requerem a interação do condutor, na maioria das situações. Neste nível, os veículos podem funcionar em modo de condução autónoma, mas até que a legislação e as infraestruturas evoluam, só o podem fazer numa área limitada (i.e. geofencing);
  • NÍVEL 5 - Os veículos de nível 5 não requerem a atenção humana, nem sequer terão volantes ou pedais de aceleração ou desaceleração, nem mesmo delimitação geográfica. Estes veículos encontram-se, neste momento, a serem testados em várias partes do globo não estando porém, ainda disponíveis para o consumidor em geral.

Figura 1 – Níveis de autonomia de condução segundo a SAE

Fonte: Society of Automotive Engineers (SAE), Synopsys



A condução autónoma (CA) pode vir a revolucionar a experiência de mobilidade, tornando-a mais segura, mais cómoda e mais agradável. São inúmeras as vantagens sendo a segurança identificada como a mais relevante. De acordo com a ICDP, organização internacional de investigação e consultoria especializada na venda a retalho e pós-venda de automóveis, numa análise sobre a Europa, a crescente adopção de Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (SAAC) poderá reduzir o número de acidentes em cerca de 15% até 2030. A condução autónoma trará significativas mais-valias económicas à indústria automóvel.

Actualmente, a maioria dos veículos inclui funcionalidades SAAC básicas, mas a generalidade acabará por atingir o nível quatro. De acordo com a McKinsey, a crescente procura de sistemas de CA, com níveis mais elevados, poderá gerar milhares de milhões de dólares em receitas. Com base no interesse dos consumidores nas funcionalidades de CA e nas soluções comerciais actualmente disponíveis no mercado, os SAAC e CA terão um valor de mercado, de acordo com o Statista, de cerca de 2,2 triliões de dólares em 2030 (Figura 2). Já a McKinsey prevê que os SAAC e CA poderão gerar entre 300 mil milhões e 400 mil milhões de dólares em receitas no mercado dos veículos de passageiros até 2035 (Figura 3).



Figura 2 – Total valor de mercado mundial de veículos autónomos entre 2021 e 2023 com previsões até 2030


Fonte: Statista, Next Move Strategy Consulting



Figura 3 – Previsão de vendas de Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor (SAAS) e Condução Autónoma (CA) até 2035, em mil milhões de dólares


Fonte: McKinsey & Co.



Ainda de acordo com a McKinsey, no que aos fornecedores diz respeito, estes terão de articular a sua vantagem competitiva, proposta de valor, estratégias (uma abordagem orientada é a que gerará retornos mais elevados) e ter acesso a uma grande quantidade de dados, de frotas, de forma a treinar algoritmos que permitam atingir baixas taxas de mau funcionamento. O valor total de mercado de componentes de CA para veículos de passageiros poderá atingir até 2030 entre 55 mil milhões a 80 mil milhões de dólares (Figura 4).



Figura 4 – Decomposição do valor de mercado por tipo de hardware de condução autónoma, em mil milhões de dólares


Fonte: McKinsey & Co.



De acordo com um questionário realizado em 2021, a McKinsey apurou que cerca de 25% dos inquiridos afirmou ser muito provável escolher um veículo de nível quatro ao comprar o seu próximo veículo. Os sistemas de nível três e nível quatro para condução em autoestradas (i.e. vias amplas, bem sinalizadas) estarão, provavelmente, disponíveis primeiramente no segmento de veículos particulares de passageiros no ano de 2025 na Europa e América do Norte. Porém, os elevados custos iniciais de desenvolvimento de sistemas que incorporem estes níveis, sugerem que estas empresas limitar-se-ão, em primeira instância, ao comércio para o segmento de veículos de luxo. Custos adicionais de licenciamento de hardware e software para estes níveis, podem atingir mais de 5.000 dólares na fase inicial de lançamento.
Tendo em conta importantes marcos ainda por atingir, tais como maturidade tecnológica, regulamentação favorável, menor custo da tecnologia e hardware, avanços significativos no registo das marcas de veículos com o nível quatro e maior aceitação do consumidor, a Bain & Co., consultora americana, prevê que os custos serão reduzidos em cerca de 85% até 2030, quase total aceitação do consumidor em 2026 e que os veículos autónomos começarão a ganhar efectivo momentum em 2028, como mostra a Figura 5.



Figura 5 – Tempo necessário para se atingir cada um dos cinco marcos


Fonte: Bain & Co., IHS Markit, European Federation for Transport and Environment



À medida que a tecnologia evolui é de esperar uma transformação muito significativa na forma como nos deslocamos, viajamos e transportamos mercadorias. Ultrapassadas algumas das mais evidentes limitações, como o comportamento humano imprevisível nas estradas, o custo da integração da tecnologia nos veículos é ainda muito elevado, riscos de cibersegurança e as actuais infraestruturas não estão concebidas para acomodar veículos autónomos, o futuro parece muito risonho para a condução autónoma.



Como investir?

Invista nesta tendência através das seguintes alternativas selecionadas:


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